Seguindo o caminho dos pais: filhos de músicos, que já tocaram muitas vezes no palco do Opinião

Para comemorar o Dia dos Pais, conversamos com os filhos de artistas que já passaram muitas vezes pelo palco do Opinião.

Princesinha do rock

Bela Leindecker, 13 anos, é filha de Luciano, da Cidadão Quem, e circula pelos bastidores do rock desde bebê. O interesse pela música surgiu naturalmente. “Entrei na aula de piano com nove anos e comecei a compor na quarta série, quando fiz uma música pra minha amiga e dei de presente pra ela”, conta.

Hoje, Bela vive um momento muito especial. Seu talento está sendo reconhecido, os shows estão rolando, e tudo com o apoio do pai. “Quando conversamos, ele me incentiva, mas aconselha: ‘Bela, tu tem que fazer uma faculdade. Ser músico não é fama e glamour, tem que trabalhar mesmo’”, revela. Ela concorda e compreende, mas diz que pretende seguir cantando e tocando mesmo que passe a vida tocando em barzinhos. “Ele me avisou que, provavelmente, eu teria que passar um tempo tocando em bar, como já toquei, e às vezes, tu nem ganha dinheiro, mas tanto eu e meu pai quanto muitas outras pessoas que eu conheço não fazem isso só pelo dinheiro, fazem por prazer”.

A opinião de Luciano a respeito de suas composições também conta muito para Bela. “Eu considero muito mais a dele do que a dos outros. Então, se ele fala ‘ah, tá estranho, tenta outra coisa’, eu vou seguir”, fala, sem negar que nada a impede de discordar do pai também.

 

O guitarrista virtuoso

Erick Endres tem 15 anos de vida e 11 de música. “Com meu pai em casa, desde uns quatro anos, eu já tinha relação com a música. Os instrumentos estavam sempre à vontade, e o meu maior interesse foi por guitarra”, conta ele, que hoje toca também violão clássico, teclado, baixo e bateria.

Filho de Fredi Chernobyl, guitarrista da Comunidade Nin-Jitsu, produtor e DJ, Erick está acostumado a dividir o palco com o pai, inclusive aqui no Opinião. Foi na gravação do DVD da banda, que rolou no início do ano. O registro está prestes a ser lançado.

Hoje, Erick mantém diversos projetos. Entre eles, está uma dupla com Bela Leindecker. O sucesso está a caminho, e o garoto vê vantagens na influência que o pai tem na cena musical. Mas somente em relação a apoio, por conhecer pessoas e criar uma rede de contatos.  “A maior ajuda vem através da presença, por sempre acompanhar as apresentações, perguntar quando vou ensaiar ou gravar, por se interessar”, afirma.

Baterista desde sempre

“O meu primeiro instrumento foi a bateria, e eu comecei tão novo, que não consigo lembrar quando foi”, conta Pedro Petracco, um dos grandes músicos da cena atual. Filho do top guitarrista Márcio Petracco (TNT, Cowboys Espirituais, Conjunto Musical Bluegrass), até chegou a dar um tempo na música, mas isso quando ainda era uma criança, com oito ou nove anos.

“Pelos 11 anos, comecei a tocar guitarra e, um ano depois, piano, tudo sozinho”, conta o músico que, aos 13, realizou um show para arrecadar dinheiro para comprar uma bateria nova. E lotou.

Pedro diz que o primeiro incentivo que recebeu do pai foi uma guitarra e uma folhinha com os principais acordes desenhados. “Mas rolava alguma eventual diquinha dele, alguma coisinha que ele me mostrava, me ensinava”, fala, afirmando que o fato de ter pai músico influenciou sua escolha, assim como facilitou o acesso a pessoas do meio, que ajudaram muito no seu aprendizado.

Rodando os palcos com a banda Cartolas, Pedro diz que recebe muito apoio do pai. “Ele sempre me deu toda força. Antigamente, eu pedia mais conselhos, mas isso sempre aconteceu de forma natural, um toque aqui, outro ali. Nem sempre em forma de lição. São comentários e histórias que ele conta.” E histórias, de fato, Márcio deve ter muitas, levando em consideração que sua trajetória começou ainda no boom do rock gaúcho, nos anos 80.